sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Participe do concurso de desenho “Os mares do Brasil na ponta do lápis!”



Participe do concurso de desenho “Os mares do Brasil na ponta do lápis!”

"A maior parte de nosso planeta é água. Mas se sabe ainda muito pouco sobre os mares.

Nós, do Museu da Vida, um museu superdivertido no Rio de 
Janeiro, estamos preparando uma exposição para você mergulhar neste mundo. Mas, antes disso, gostaríamos de saber o que você pensa dos mares brasileiros.

Que tal fazer um desenho para a gente sobre este assunto? Vamos nessa?

Participe do concurso “Os mares do Brasil na ponta do lápis!” e faça um desenho sobre os mares do Brasil.

O concurso se destina a crianças de 7 a 12 anos. Cada participante poderá enviar um único desenho.

Os desenhos podem ser enviados até 10 de outubro de 2016 (vale a data de postagem nos correios).

O primeiro lugar ganhará um passeio, na sua cidade, a museus de ciência (se a sua cidade não tiver um museu de ciência, levaremos você para uma cidade próxima).

Os melhores desenhos serão escolhidos para compor um painel que estará associado à exposição sobre os mares, que será montada no Museu da Vida.

Participe!

Informações:
Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz
Fundação Oswaldo Cruz
Av. Brasil 4365
Manguinhos
CEP 21045-900 Rio de Janeiro RJ

E-mail: concursodesenhos@gmail.com

Credito foto: Brocken Inaglory - Wikipedia"

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Arte: Cortesia Leo Nogueira Paqonawta

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

STF derruba vinculação horária à classificação indicativa


Infelizmente, no mesmo dia do grande golpe político-jurídico, "caiu" a Classificação Indicativa...

Festa nas empresas dos meios de (anti)comunicação hegemônicos que deitarão e rolarão de agora em diante...

Preparem-se para a perda de outros direitos duramente conquistados... pois para golpistas de todos os matizes e em todos os lugares, as crianças que se danem!

Leia mais:

STF derruba vinculação horária à classificação indicativa; veja o que muda

Por Gabriel Vaquer

Num julgamento que acaba de ocorrer nesta quarta-feira (31/08/2016), o Supremo Tribunal Federal derrubou a vinculação horária à classificação indicativa nas emissoras de televisão.

O julgamento começou por volta das 17h, com o voto do ministro Teori Zavaski, que pediu vista na sessão anterior, acontecida em junho. Teori votou com o ministro Dias Tóffili, relator do projeto, e disse que a lei era inconstitucional, já que é "classificação indicativa, não impositiva". Com isso, o placar ficou em 5 a 1.

O voto decisivo foi do ministro Celso de Mello, que após um longo discurso, afirmou que "a TV não pode se responsabilizar pela irresponsabilidade de progenitores com seus filhos". O placar ficou 6 a 1. Como são 11 ministros, a maioria miníma para a derrubada foi atingida.

O STF, no decorrer da sessão, concordou em dizer que o debate é amplo, mas que a televisão não pode sofrer a censura que sofre no atual momento.

O presidente Ricardo Lewandowski disse que, para aprofundar o assunto, um amplo debate precisa ser feito, mas concordou com o relator. O resultado ficou em 7 a 1.

Como três ministros se abstiveram, o julgamento terminou e a vinculação horária à classificação indicativa tornou-se inconstitucional, como queria as emissoras de televisão.

Agora, para a medida valer seriamente, é preciso publicar o acordão no Diário Oficial da União, o que deve acontecer nos próximos dias.

A ação não cabe recurso e é definitiva, já que o STF é o maior órgão da Justiça Brasileira. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), principal interessada no caso, ainda não se pronunciou sobre o assunto, nem qualquer canal aberto de TV.

O que muda?

A partir de agora, a classificação indicativa vira apenas indicativa de fato. Ou seja, o programa ou novela é obrigado a ter uma, mas não precisa ser exibido necessariamente na faixa recomendada pelo Ministério da Justiça.

Um exemplo: a faixa "não recomendada para menores de 12 anos" só podia ser exibida a partir das 20h impreterivelmente.

Agora, esta novela ou programa pode ser mostrado em qualquer horário, sem que a emissora seja multada ou tenha problemas jurídicos - só se ultrapassar os limites, o que será julgado por órgãos como o Ministério Público.

O que vai acontecer é o bom senso das emissoras. Lógico que isso dá mais liberdade, por exemplo, para edição de novelas e séries no horário da tarde.

O que se espera, e o Supremo Tribunal Federal deixou claro, é que não aconteçam abusos, como ocorreram nos anos 90, com "Banheira do Gugu" às 16h, só para citar um caso.

Ganham as emissoras, que terão mais liberdade para reprises da tarde. A Record é um canal que pode comemorar. Sua reprise de "Chamas da Vida", novela que tinha classificação de "não recomendada para menores de 14 anos", foi retalhada, e criticada pelo público.

Outra trama com forte apelo de ação, "Vidas em Jogo", que será a substituta de "Chamas", deve ser mostrada sem maiores problemas, se o canal assim desejar.

Além disso, a chamada Rede Fuso, que apresenta programação atrasada para estados do Norte e Nordeste no horário de verão, pode terminar.

Sua principal razão de existência era a vinculação horária da classificação indicativa, que obrigava que novelas das 21h da Globo, por exemplo, com selo de "não recomendada para menores de 14 anos", fosse exibida depois das 21h em horário local também. Com a inconstitucionalidade, as tramas podem ir ao ar antes desta faixa.

Reproduzido de Na Telinha

31 ago 2016

domingo, 14 de fevereiro de 2016

A sedução que ronda o jardim da infância: o brincar e o consumismo


A sedução que ronda o jardim da infância

Maria Helena Masquetti*

Olhar de longe uma criança imersa em seu mundo lúdico, conversando com mil personagens, gesticulando, encenando e praticamente materializando sua imaginação, tanto pode fazer rir como chorar. Rir pelo fascínio da cena e, junto com isso, chorar pela sedução consumista que ronda esse mundo mágico. O que pode ser mais real que ver, ouvir e sentir na pele a emoção de uma história, uma música ou uma invenção sem similares brotadas da própria capacidade imaginativa? As crianças têm esse poder, que sobreviverá nelas desde que o marketing deixe de assediá-las.

Brincar é a linguagem das crianças e é brincando que elas constroem sua identidade, aprendem a se relacionar, identificam seus desejos genuínos e exercitam comportamentos futuros. Porém, convencidas por tantas mensagens comerciais, em lugar de expressar desejos genuinamente seus, milhares (e, por que não, milhões) de crianças seguem pedindo por objetos, muitas vezes na mesma cor, marca e tamanho, sem entenderem que tal desejo não é realmente delas. Será injusto esperar que, mais tarde, crianças assim manipuladas tenham plena convicção daquilo que pensam, sentem e querem.

Por isso, é tão importante assegurar que as crianças brinquem livres das ações do marketing, que vêm abreviando a infância para que elas ingressem o quanto antes no mercado do consumo. Pela lógica do comércio, a infância também é mágica, infelizmente não pela poesia, mas pelo lucro fácil que verte da exploração da credulidade e do fantasiar infantil. Não bastasse os brinquedos e produtos serem pensados e confeccionados por adultos, pesa o fato de a publicidade falar diretamente com os pequenos.

Todo mundo concorda que uma criança não pode assinar um contrato, matricular-se numa escola, adquirir um bem ou praticar quaisquer atos da vida civil por ser considerada incapaz perante a lei. Porém, ao ser abordada diretamente como consumidora pelas mensagens comerciais, essa determinação é ignorada, embora a legislação já considere abusiva a publicidade para as crianças. Por sua vez, muitos pais acabam se ausentando sempre na busca de mais recursos para suprir os incansáveis pedidos dos filhos quando, ao contrário disso, sua presença é justamente do que as crianças precisam para se sentirem preenchidas de amor, em lugar de objetos.

Quanto mais longe do brincar espontâneo e do contato dos que realmente querem o melhor para elas, maior será a vulnerabilidade das crianças à sedução do marketing que as espreita e aborda ininterruptamente. Onde quer que respire uma criança, um anúncio estará lá por meio das telas, revistas, cinemas, promoções, jogos, personagens, materiais escolares e de tantas celebridades que se aproveitam da admiração que lhes é devotada pelas crianças para estimulá-las a comprar os produtos que levam seus nomes e marcas. Produtos esses, em sua maioria, referentes ao mundo adulto – desde laptops, sandálias de salto, roupas sensuais e maquiagens até cremes antienvelhecimento com indicação de uso a partir dos 3 anos. Como chegamos a esse ponto? Só mesmo a ganância pode explicar.

Tomara que todos os pais, responsáveis, educadores e cuidadores se deem conta de que a solução para preservar a infância está literalmente embaixo de seus narizes. Está nas palavras que, ao saírem de suas bocas carregadas da legitimidade e autoridade natural, preencherão suas crianças com limites que as ajudarão a entender que não se pode ter tudo, com a certeza de serem amadas, com histórias que as levarão a viajar por mundos que nem os mais avançados parques temáticos poderiam simular e com as denúncias que podem fazer sobre publicidades abusivas. Tomara também que o marketing tenha o insight mais brilhante do mundo, entendendo que explorar a riqueza da infância em favor do lucro é tão destrutivo e incoerente quando seria trocar por dinheiro o ar que respiramos.

* Maria Helena Masquetti, especializada em Psicoterapia Breve, exerceu a função de redatora publicitária durante 12 anos e hoje é psicóloga do Instituto Alana.

Reproduzido de Gazeta do Povo

09 fev 2016

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Michel Maffesoli: sobre o “sonho, o jogo, o onírico, o lúdico, o imaginário” na educação e na pesquisa em educação


Michel Maffesoli: sobre o “sonho, o jogo, o onírico, o lúdico, o imaginário” na educação e na pesquisa em educação

"A pesquisa só terá futuro se ela estiver de acordo com a vida social, se ela souber propor novas palavras, se ela souber propor novas metáforas, se ela souber propor novas intuições que são, aliás, a origem de todas as grandes descobertas.

(...)

O sistema educativo não corresponde mais à realidade social. É aí que me parece necessário encontrar outro modelo de integração das novas gerações na vida social. É isso a socialização. Cada espécie animal precisa, de alguma maneira, socializar os jovens. A educação foi um modelo. Funcionou, mas não funciona mais. É por isso que propus que, em vez da educação, era preciso voltar à outra maneira de socializar que é a iniciação. Iniciação não é educação. A educação consiste em puxar. A iniciação consiste em acompanhar. Se a educação é moderna, para mim o modelo de socialização pósmoderno será a iniciação. É um problema para você, que é de uma revista de educação, mas acho que a educação não funcionará mais. No entanto, existe um desejo de iniciação. Eu dou um exemplo bem simples. O sucesso de livros e filmes como Harry Potter, por exemplo, repousa essencialmente sobre um esquema que não é um esquema educativo, mas um esquema de iniciação, com provas, com mortes simbólicas, com a integração do imaginário, com a integração do jogo etc. Assim como o modelo educativo era um modelo racional, o modelo de iniciação – que era o modelo das sociedades primitivas, pré-modernas, e, também, pós-modernas, porque muitas coisas da situação pós-moderna vêm da situação pré-moderna – vai se basear nessa expansão. É mais ou menos a mesma coisa que para o trabalho. A criação é uma expansão do trabalho. Para mim a iniciação é um enriquecimento da educação. Trata-se de reintroduzir o que a educação tinha eliminado: o sonho, o jogo, o imaginário."

MAFFESOLI, Michel; ICLE, Gilberto. Pesquisa como Conhecimento Compartilhado: uma entrevista com Michel Maffesoli. Educação & Realidade, vol. 36, núm. 2, mayo-agosto, 2011, p. 523 e 527. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

Texto completo clicando aqui.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bastardo Men: personagem de João Rio estreia na página de Studios JRio


Bastardo Men

"Gente, esse é o primeiro desenho do Bastardo Men!!! Herói que criei aos 8 anos, e finalmente vai ter tirinhas online. Sua arte não sera assim, ser mais simples e caricata. Serão tiras curtas de uma página ou menos."

Personagem criado por  João Rio, estreia em sua página do Facebook: Studios JRio. Veja mais,curta e siga, clicando aqui.

domingo, 18 de outubro de 2015

Dos direitos radicais das crianças


Dos direitos radicais das crianças

Ligia Moreiras Sena

Toda criança tem direito de explorar livremente o ambiente onde vive.

De interagir com o ambiente natural.

De experimentar novas sensações e afetos.

De admirar o mundo.

De ser estimulada a respeitar todas as formas de vida.

De se sentir parte delas.

De sentir cheiro de flor, de água, de riacho, de comida fresquinha, de casa limpa.

Toda criança merece expandir seus horizontes e seu olhar.

Conhecer outras formas de viver e outros hábitos de vida.

Toda criança precisa ser levada em consideração nas tomadas de decisões familiares.

Toda criança merece ser incluída ativamente nos programas da família, não como uma “bagagem” que se carrega secundariamente, mas como parte que influencia a escolha.

Toda criança merece e tem direito de interagir com outras crianças, principalmente com aquelas que vivem de maneira diferente delas próprias, uma vez que isso constrói o respeito e a equidade.

Toda criança merece receber uma educação livre de preconceitos e discriminações de qualquer tipo.

Merece saber que amor não escolhe sexo, cor, classe social, etnia, nacionalidade.

Toda criança merece passar menos tempo em frente à TV e mais tempo junto à natureza.

Toda criança tem direito de saber de onde vêm seus alimentos e de conhecer aqueles que realmente lhe são bons.

Tem direito de saber se aquilo que está sendo oferecido a ela é realmente saudável, é realmente benéfico, fará realmente bem, ou é apenas reflexo do despreparo de quem oferece.

Toda criança merece ter seus medos compreendidos e acolhidos, nunca ridicularizados, nunca menosprezados, nunca ignorados.

Toda criança precisa sentir-se parte do todo, influenciada por ele e o influenciando.

Precisa ser respeitada como ser integral e a ela ser oferecido o que de melhor houver diante das possibilidades de cada contexto.

Todo choro de criança precisa ser acolhido e compreendido, jamais ignorado, jamais minimizado.

Toda criança precisa ser protegida contra todas as formas de alienação. 

Ao mesmo tempo em que precisa e merece ser protegida contra todo tipo de violência, a fim de que aprenda que um mundo cordial é possível e que violência é retroalimentada.

Toda criança merece ser protegida contra riscos desnecessários ou situações que representem perigo, qualquer que seja ele.

Toda criança merece não ser medicada por qualquer bobagem. Merece ter sua saúde e integridade física respeitada. Merece viver longe de drogas ativamente oferecidas por seus cuidadores sem que exista real e indiscutível necessidade.

Precisa saber que sempre haverá quem a ajude, quem a proteja, quem lute por ela.

Acima de tudo, toda criança merece ser olhada como uma semente já germinada, porém sedenta daquilo que a fará grande, forte e viçosa, e nutrida com o mais puro amor e disponibilidade.

Nenhuma criança é ônus.

Nenhuma criança é empecilho.

Nenhuma criança é dispendiosa.

Se uma criança assim estiver sendo vista, o problema está em quem assim a vê.

Tudo isso parece demasiadamente óbvio. Mas infelizmente não é. Se assim fosse, não nos depararíamos repetidas vezes com situações que simplesmente ignoram o bem-estar da criança, ou o minimizam, ou o preterem em função do mundo adulto e suas pseudonecessidades.

É preciso lembrar repetidas vezes que crianças têm direitos fundamentais que precisam ser respeitados e que vão muito além dos enumerados na Declaração dos Direitos da Criança.

Direitos que passam por mais sensibilidade, por mais acolhimento, por mais afeto, mais entendimento, mais entrega e acesso, mais verdade, mais sinceridade, menos subterfúgios e desculpas as mais variadas.

Crianças não são extensões de seus pais.

Crianças não são propriedades deles.

Crianças não são receptáculos vazios onde inseriremos todo nosso despreparo.

São novos seres.

Que merecem um mundo novo.

Ou uma nova forma de viver neste velho mundo.

Uma forma que valorize o sentido básico da infância, sua essência mais profunda e indivisível, sua raiz primordial.

Uma forma que é, por seu mais profundo significado, radical: que diz respeito a raízes, a princípios, a essências.

Em um mundo de moderações e contemporizações, onde ser complacente com a violência é visto como ser "moderado", onde aceitar uma palmada, um xingamento, é visto como ser "tolerante" com diferentes formas de cuidado parental, em um mundo como esse, o que as crianças precisam é de um olhar mais radical sobre elas.

Um olhar radicalmente contra a violência.

Radicalmente contra a negligência.

Radicalmente contra o abandono.

Um olhar que busque a verdadeira raiz de ser criança.

Se é esse é o seu olhar, saiba que você não está só: a radical que mora em mim saúda a radical que mora em você.

"Radical" não é uma ofensa e "ser radical" não é um desvalor.

Embora, em um mundo de "moderados", as pessoas se esforcem tanto para que pareça ser...

E é sempre bom lembrar: quem não é radicalmente contra a violência à criança é, também, seu cúmplice.

Reproduzido de Cientista que virou mãe
06 mar2014

Sobre a autora

Bióloga, mestre em psicobiologia, doutora em farmacologia, área que deixei após me tornar mãe. Estimulada pela maternidade, mudei de área, de foco e de vida, e hoje faço um novo doutorado, agora em Saúde Coletiva. Sou pesquisadora da assistência ao parto no Brasil, da violência obstétrica e da medicalização da infância e do corpo feminino. Sou mãe da Clara e esse é o mais relevante dos meus títulos, pois foi ele quem me modificou verdadeiramente. Ela me inspira, todos os dias, a olhar a vida e os seres humanos por outro prisma, a lutar pelos direitos das mulheres e a conectar pessoas que buscam criar seus filhos de maneira afetuosa e não violenta.

Texto completo sobre a autora clicando aqui.



Leia também a "Declaração de Amor aos Direitos das Crianças", por Leo Nogueira Paqonawta, clicando aqui.