Adriana Alves da Silva, da Faculdade de Educação da Unicamp, fala sobre sua tese de doutorado "A estética da infância no cinema: poéticas e culturas infantis" no Programa "Fala, Doutor" no canal da UNIVESP TV. Entrevista a Rodrigo Simon.
Adriana busca criar um panorama da produção cinematográfica que trate de infância, classificando as produções em: filmes para crianças, filmes das crianças e filmes com crianças.
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação
Tese
2014
Título: A estética da infância no cinema (The aesthetics of childhood on cinema)
Autora: Adriana Alves da Silva
Autora: Adriana Alves da Silva
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Goulart de Faria
Resumo:
A presente tese de doutorado apresenta os frutos de um processo de pesquisa e criação,
buscando articular artes e ciências humanas. Em seu prólogo expõe brevemente o
processo de construção do trabalho, destaca os capítulos, suas imagens,
emaranhando as trajetórias da pesquisa e a minha de pesquisadora.
A tese está
dividida em dois momentos, o primeiro que situa a pesquisa a partir da busca de
um entrelaçamento de tempos distintos e complementares de minha trajetória
pessoal e acadêmica, no intuito de construir uma linguagem autoral que permitiu
criar uma exposição, na qual a forma e o conteúdo do meu tema: a estética da
infância e a produção das culturas infantis vão sendo experimentadas entre a
descrição narrativa, análise fílmica e as articulações teóricas e literárias.
No
segundo momento proponho algumas reflexões sobre o cinema como linguagem
audiovisual que permite pensar, criar e construir possibilidades estéticas de
uma infância, enquanto tempo a ser inventado e construído na interface das
experiências históricas do passado, do presente e do futuro, ou seja, cinemas e
infâncias no plural, na diversidade e multiplicidade de pontos de vista. Entre
os textos, abri interstícios visuais para potencializar as imagens que estão nas
linhas e entrelinhas do texto escrito.
Muitos filmes foram evocados durante a pesquisa,
como referências iniciais, busquei as relações entre infância, cinema e memória
das Ditaduras Militares no Brasil e na América Latina, trazendo reflexões acerca
de “A História Oficial” e “Infância Clandestina” (Argentina, 1985 e 2012 respectivamente),
“Machuca” (Chile-Espanha, 2004), “A Culpa é do Fidel” (França, 2006), “O
Labirinto do Fauno” e “A Espinha do Diabo” (Espanha-México, 2006, 2001
respectivamente) e “O ano em que meus pais saíram de férias” (Brasil, 2006);
somando a estes no percurso, busquei a “criança estrangeira” em “Abril Despedaçado”
(2001) e “Mutum”(2006), ambos produções brasileiras.
Neste caleidoscópio de
imagens e palavras, buscando construir uma metodologia antropofágica e
alquímica, entre outros trago como referências Walter Benjamim, Pier Paolo
Pasolini, Andrei Tarkoviski, Fredric Jameson, Leandro Konder, Milton de
Almeida. Crianças e infâncias no neo realismo do cinema italiano de Roberto Rosselini
à pedagogia da infância e da maravilha de Loris Malaguzzi.
Encerro com um
epílogo-experimento criativo, um desvio final para alimentar o pensamento acerca
da totalidade desta tese e seu percurso metodológico de pesquisa e criação em
educação, elegendo o cinema de autor, político, de poesia como referência. Cinema
que constroi e descontroi infâncias, através de filmes para as crianças, filmes
das crianças e com as crianças. Em todas as frentes a perspectiva foi e é de
contribuir no processo histórico no presente, com as crianças e as culturas infantis
que alimentam nossos sonhos e utopias de uma educação emancipatória, transgressora
e libertária.
Palavras-chave:
infâncias; cinema; estética, educação; culturas infantis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário