terça-feira, 6 de maio de 2014

Adriana Alves da Silva: A estética da infância no cinema (Tese de doutorado)

Adriana Alves da Silva, da Faculdade de Educação da Unicamp, fala sobre sua tese de doutorado "A estética da infância no cinema: poéticas e culturas infantis" no Programa "Fala, Doutor" no canal da UNIVESP TV. Entrevista a Rodrigo Simon.

Adriana busca criar um panorama da produção cinematográfica que trate de infância, classificando as produções em: filmes para crianças, filmes das crianças e filmes com crianças.



Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação

Tese
2014

Título: A estética da infância no cinema (The aesthetics of childhood on cinema)
Autora: Adriana Alves da Silva
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Goulart de Faria

Resumo: A presente tese de doutorado apresenta os frutos de um processo de pesquisa e criação, buscando articular artes e ciências humanas. Em seu prólogo expõe brevemente o processo de construção do trabalho, destaca os capítulos, suas imagens, emaranhando as trajetórias da pesquisa e a minha de pesquisadora.

A tese está dividida em dois momentos, o primeiro que situa a pesquisa a partir da busca de um entrelaçamento de tempos distintos e complementares de minha trajetória pessoal e acadêmica, no intuito de construir uma linguagem autoral que permitiu criar uma exposição, na qual a forma e o conteúdo do meu tema: a estética da infância e a produção das culturas infantis vão sendo experimentadas entre a descrição narrativa, análise fílmica e as articulações teóricas e literárias.

No segundo momento proponho algumas reflexões sobre o cinema como linguagem audiovisual que permite pensar, criar e construir possibilidades estéticas de uma infância, enquanto tempo a ser inventado e construído na interface das experiências históricas do passado, do presente e do futuro, ou seja, cinemas e infâncias no plural, na diversidade e multiplicidade de pontos de vista. Entre os textos, abri interstícios visuais para potencializar as imagens que estão nas linhas e entrelinhas do texto escrito.

Muitos filmes foram evocados durante a pesquisa, como referências iniciais, busquei as relações entre infância, cinema e memória das Ditaduras Militares no Brasil e na América Latina, trazendo reflexões acerca de “A História Oficial” e “Infância Clandestina” (Argentina, 1985 e 2012 respectivamente), “Machuca” (Chile-Espanha, 2004), “A Culpa é do Fidel” (França, 2006), “O Labirinto do Fauno” e “A Espinha do Diabo” (Espanha-México, 2006, 2001 respectivamente) e “O ano em que meus pais saíram de férias” (Brasil, 2006); somando a estes no percurso, busquei a “criança estrangeira” em “Abril Despedaçado” (2001) e “Mutum”(2006), ambos produções brasileiras.

Neste caleidoscópio de imagens e palavras, buscando construir uma metodologia antropofágica e alquímica, entre outros trago como referências Walter Benjamim, Pier Paolo Pasolini, Andrei Tarkoviski, Fredric Jameson, Leandro Konder, Milton de Almeida. Crianças e infâncias no neo realismo do cinema italiano de Roberto Rosselini à pedagogia da infância e da maravilha de Loris Malaguzzi.

Encerro com um epílogo-experimento criativo, um desvio final para alimentar o pensamento acerca da totalidade desta tese e seu percurso metodológico de pesquisa e criação em educação, elegendo o cinema de autor, político, de poesia como referência. Cinema que constroi e descontroi infâncias, através de filmes para as crianças, filmes das crianças e com as crianças. Em todas as frentes a perspectiva foi e é de contribuir no processo histórico no presente, com as crianças e as culturas infantis que alimentam nossos sonhos e utopias de uma educação emancipatória, transgressora e libertária.

Palavras-chave: infâncias; cinema; estética, educação; culturas infantis. 

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