Prefeitura do Rio retrata escola como
linha de produção
Anúncio traz alunos sobre esteira
mecânica e é alvo de críticas; cena remete a 'The Wall', em que crianças são
jogadas em moedor de carne
Por Redação
Publicado 08/12/2014
Última modificação 09/12/2014
Um anúncio da
prefeitura do Rio de Janeiro publicado na edição de domingo, 7, do jornal O
Globo tornou-se o centro de duras críticas nas redes sociais pelo modo
como aborda o ensino: na imagem que ilustra toda a página, crianças em
carteiras escolares estão dispostas sobre uma esteira mecânica como as
utilizadas em fábricas. Diz o anúncio: "Nossa linha de produção é
simples".
Para muitos, a
visão exposta pela administração do prefeito Eduardo Paes no anúncio explora
uma visão de educação massificada e opressora, indiferente às diferenças e
especificidades de cada instituição e de cada criança. Fora isso, ao colocar o
processo de ensino e aprendizagem como uma produção em série, esquece-se da
formação humanista, geradora de autonomia e espírito crítico.
Esse ambiente
foi rapidamente comparado ao de The Wall, filme do Pink Floyd do início
dos anos 1980, que retrata crianças num sistema escolar opressivo, num mundo
distópico, que se rebelam contra a escola e seus tutores. Em uma de suas cenas
mais famosas, os alunos são encaminhados em uma esteira rumo a um moedor de
carne.
Leia também o texto "Ensino não é Fábrica" da Profa. Dra. Regina de Assis, ex-Secretária de Educação do Rio de Janeiro, publicado também pelo Jornal O Globo (11/12/2014) na coluna "Opinião", clicando aqui, lembrando as cenas de "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin (1936) relacionadas à visão de escola como fábrica.
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