quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

EMEI Dona Leopoldina: Conselho de Criança


Escola cria conselho formado por alunos de quatro e cinco anos e estimula protagonismo de crianças na gestão escolar

Experiência da EMEI Dona Leopoldina, na região oeste da cidade de São Paulo, coloca em prática demandas levantadas em conselho formado por alunos de educação infantil

Escola com cara de criança. Essa é a primeira impressão quando se entra na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Dona Leopoldina, no bairro Vila Leopoldina, na região oeste da cidade de São Paulo. Além dos ambientes marcados pelas produções de seus alunos de quatro e cinco anos, a unidade de educação infantil chama a atenção pela experiência que tem desenvolvido desde o início do ano de 2012: um conselho deliberativo formado pelas crianças que tem mudado a rotina e as decisões na gestão da escola.

A primeira reivindicação que surgiu no chamado Conselho de Criança, acatada pela direção da escola e por seu Conselho Escolar, foi o fim da obrigatoriedade de os alunos dormirem após o horário de almoço. “Essa foi a primeira coisa que as crianças falaram. Conversamos com os professores e com os pais e, após quinze dias, ninguém mais era obrigado a dormir. E, com isso, começamos a programar para o período da tarde brincadeiras, pinturas e atividades que as crianças sentiam mais prazer em participar”, explicou a coordenadora pedagógica da EMEI, Iveline Zacharias.

Em entrevista ao portal De Olho nos Planos, a coordenadora e a diretora da escola, Márcia Harmbach, destacaram a importância do conselho na valorização e no protagonismo dos alunos. “A instituição do Conselho é uma forma de entender que eles são inteligentes e que têm consciência do que falam. O que mais mudou foi quanto ao protagonismo, no sentido de a criança ver que é possível colocar em prática o que ela demandou”, afirmou Márcia. Segundo a diretora, após a instauração do conselho, “os alunos passaram a aprender mais, se engajaram nas propostas das professoras com mais facilidade e se tornaram mais questionadores e críticos, vendo a escola como um todo”.

Além de eliminar o horário de dormir, o Conselho de Criança da EMEI Dona Leopoldina conquistou, por exemplo, a compra de novos brinquedos, a reformulação da quadra e a adaptação dos balanços para as crianças com deficiência. “Os estudantes possuem uma ótica diferente da do adulto e que precisa ser levada em consideração. A criança é produtora de cultura, autora, competente, sujeito de direito e tem suas próprias visões de mundo”, ressaltou a diretora.

Márcia alerta para o fato de que os adultos, por exemplo, costumam falar das crianças como se elas não estivessem presentes, sem estabelecer um diálogo direto e sem respeitar seus pontos de vista. “Nosso trabalho é justamente fazer com que as pessoas que estão conosco falem com a criança. E, por isso, temos rodas de conversa também com os pais uma vez por mês”, destacou.

Outra iniciativa realizada desde 2012, o projeto Repórter Mirim, proporciona que os representantes do conselho possam viver a experiência de “mini-jornalistas”. “As crianças fazem entrevistas, vídeos e fotos, quando as levamos à feira e sempre que acontece algum evento diferente na escola”, explicou a coordenadora Iveline.

O Conselho de Criança

Formado por um menino e uma menina de cada uma das turmas da EMEI Dona Leopoldina, o Conselho de Criança realiza duas reuniões mensais. Para estas reuniões, os representantes levam os temas aos demais colegas de suas salas de aula e elaboram coletivamente alguma produção, como desenho ou colagem, para que possam lembrar no Conselho sobre o que foi discutido com os demais alunos.

Além do apoio dos professores em sala de aula para conduzirem as discussões com o restante das crianças, o Conselho conta com o acompanhamento da diretora, de sua assistente e da coordenadora pedagógica da escola. “Uma de nós coordena a reunião, a outra registra em vídeo ou foto e a terceira faz as anotações das deliberações em papel”, explicou Iveline.

A coordenadora relatou que, apesar de estar em bairro considerado nobre, a EMEI também atende crianças de regiões mais vulneráveis e que são filhas de pessoas que trabalham como empregadas domésticas ou porteiros de edifícios na região.

A partir de experiência que desenvolveu enquanto gestora de escola em uma região mais vulnerável da cidade e inspirada no trabalho desenvolvido na cidade italiana de Reggio Emilia, a diretora Márcia iniciou a proposta do Conselho de Criança na EMEI Dona Leopoldina com o objetivo de evidenciar o que os estudantes gostavam ou não na escola. “Todo nosso projeto se pauta na construção do espaço e do tempo para a criança. Toda vez que temos um tema a ser trabalhado, fazemos uma reunião com os professores para que saibam o que discutir com as crianças e para retornarem com as questões trabalhadas”, disse Márcia.

Entre os temas debatidos, a diretora conta que o Conselho de Criança já discutiu: culturas infantis; espaços para viver a infância; formas de encantar a escola tornando-a mais bonita, aconchegante e brincante; uso das verbas, o que comprar, para quê e o que consertar; sugestões para festas, passeios e estudos do meio; solução de problemas do cotidiano; alimentação; entre outros.

Desafios e perspectivas

O principal desafio para instituir o Conselho de Criança em outras escolas, para Márcia, é acreditar nas crianças e, não só transformar suas demandas em realidade, mas trabalhar a escuta de suas opiniões pelos adultos. “Fala-se muito sobre o trabalho do protagonismo dos estudantes. Mas como a criança vai ser protagonista em um lugar que é gerido somente por adultos? Um dos caminhos para mudar esta situação pode ser por meio do Conselho de Criança”, afirmou.

Para a diretora, é importante fazer com que as autoridades também ouçam as demandas das crianças: “essa experiência tem que se concretizar ainda mais e ser levada ao Diretor Regional, ao Secretário Municipal de Educação e ao Prefeito. As crianças precisam ser ouvidas em seu próprio espaço e são necessárias ações mais efetivas para transformar suas demandas em políticas públicas”.

Um dos principais obstáculos para a concretização do Conselho de Criança, segundo a diretora, é a falta de condições de trabalho para as professoras, que sofrem com casos de doença recorrentes. “A gente está lidando com muita pressão em situações que uma professora é responsável por 30 crianças. Muitas delas passam a ter problemas nas cordas vocais e as poucas condições de trabalho acabam corroborando com o absenteísmo docente”, afirmou Márcia. E defendeu: “a primeira coisa que precisamos fazer é diminuir o número de alunos por classe”.


Reproduzido de De olho nos planos
06 jan 2015

Via Pedal - Pedagogias Alternativas no Facebook

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Homens, Mulheres e "Crianças" no "pálido ponto azul"



Nessa sociedade em que vamos quase todos mais ou menos enredados pela Internet nos lares, escolas, ruas, e também incapazes de compreendermos o que se passa além de um palmo de nossos narizes, o filme retrata cenas do cotidiano e interesses dos personagens em uma comunidade norte-americana - homens, mulheres e crianças - entre seus desejos, sonhos não realizados e decepções na "sociedade de consumo" e das mídias digitais.

Parece-me que, de imediato, quase ninguém consegue perceber o que realmente se passa no interior do outro (e muito mal na vida cotidiana de ser criança e aluno), seja na vida em família, na escola ou nos outros cenários de nossas relações humanas, na "Vida Real" como se diz no filme.

Os dramas vão se desenvolvendo e provocando ações e reações a estimularem os personagens a tomarem suas decisões.

Ressalto da incapacidade daqueles que se fizeram de pais ou professores (des-orientados) a orientarem as crianças, sem absolutamente querer realmente saber, ou como des-cobrir que se passa na mente e coração de seus filhos/alunos. Até que pelas ações das próprias crianças é que parecem conseguir refletir alguma coisa, e entrar em "comunicação" com elas e seus pares adultos.

E, na escola, quem é que como professor consegue ajudar as crianças a lidarem com suas interrogações, para aquém ou além das tarefas inadiáveis do ensinar/aprender?

Pais e professores, lares e escolas colaboram (ou não) para a formação do caráter das crianças?

Imersos no mundo do mercado, e daquilo que nos é imposto para o consumo, nós nos consumimos entre dores e amores, esquecendo das possibilidades de apenas nos doarmos mais ao próximo...

E, no meio dessa vastidão do espaço com todas as suas possibilidades de manifestação da vida, quem somos nós com nossos pequenos, insignificantes ou grandes problemas e dramas, a vivermos nesse único "lar" que conhecemos - o planeta Terra - retratado como um pequeno e "pálido ponto azul" pela sonda Voyager? O "poema" de Carl Sagan citado no filme nos instiga a refletir mais sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos...

Fica aí a dica de Pedro Junior Silva para assistirmos e refletirmos...

Leo Nogueira Paqonawta

Publicado em Facebook
26 jan 2015

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Qual é o sentido da vida? Neil deGrasse Tyson responde a um menino de 6 anos


Qual é o sentido da vida? Neil deGrasse Tyson responde a um menino de 6 anos

O astrofísico Neil deGrasse Tyson fazia uma palestra no Wilbur Theatre, de Boston, quando Jack, de 6 anos, perguntou a ele qual era o sentido da vida.

No vídeo abaixo (em inglês, legendado) vemos que Tyson fica surpreso com a pergunta, mas ao mesmo tempo elogia o pequeno: "quando adulto você terá os pensamentos mais profundos", diz ao menino.

"Acho que as pessoas fazem essa pergunta achando que o significado é algo palpável que possa ser encontrado (...) e não consideram a possibilidade de que o significado da vida é algo que você pode criar", explica. "Para mim o significado da vida é aprender algo diferente hoje, algo que eu não sabia ontem. E isso me deixa mais próximo de conhecer o que pode se conhecer no Universo, só um pouco mais perto, independente do quão distante está o conhecimento total. Se eu não aprendo nada, o dia foi desperdiçado. E por isso não entendo quem entra em férias da escola e diz 'é verão e eu não preciso pensar mais'".

Confira o vídeo:

Reproduzido de Revista Galileu . Luciana Galastri
20 jan 2015

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Brasil Pátria Educadora e Direitos Humanos: Consulta pública aberta até 23/01/2015


Brasil: Pátria Educadora e Direitos Humanos

Acessem o formulário e enviem suas sugestões e comentários até 23/01/15 à SDH para o planejamento do órgão

"A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) inova ao propor o seu planejamento para os próximos quatro anos de forma participativa.  A partir desta quarta-feira (14), a sociedade civil poderá contribuir por meio de consulta pública disponibilizada no site da SDH com sugestões sobre como as políticas públicas em Direitos Humanos podem integrar o novo lema do Governo Federal: Brasil, Pátria Educadora. A consulta ficará disponível até 23 de janeiro.

Segundo a ministra Ideli Salvatti ter uma pátria educadora exige a contribuição de toda a sociedade, não apenas da rede formal de educação: “Queremos ouvir o que os direitos humanos têm a contribuir com uma pátria educadora, para que tenhamos uma pátria de respeito absoluto aos Direitos Humanos”, disse a ministra."

Reproduzido de SDH
16 jan 2015

Acesse o link do FORMULÁRIO para preenchimento e, clique em ENVIAR.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

14ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis abre inscrições para filmes


“O Balãozinho Azul” de Fauston da Silva (DF) foi o Melhor Filme – Júri Especial das Crianças em 2014

14ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis abre inscrições para filmes

Evento pioneiro no país contará com programação competitiva e não-competitiva, além de debates, encontros e palestras sobre o atual momento do audiovisual brasileiro para crianças.

A partir desta quinta-feira (08/01) estão abertas até 7 de março as inscrições para a 14ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que ocorre no Teatro Governador Pedro Ivo Campos, de 5 a 14 de junho de 2015. Podem participar da seleção produções nacionais de todos os gêneros e formatos de curta-metragem, preferencialmente inéditas em Santa Catarina.

As obras serão exibidas na mostra competitiva e não-competitiva. Em uma parceria com a TV Brasil, o festival premia o Melhor Filme de Animação, de Ficção e a Melhor Série, escolhidos por um Júri Oficial, e também dá voz as crianças, com o Prêmio Especial escolhido pelo público infantil. Todos receberão o prêmio aquisição da TV Brasil no valor de R$ 5 mil.

O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis em:

Todo o processo é online, incluindo o envio dos filmes. A relação das obras selecionadas será divulgada no início de abril.

Os filmes inscritos e selecionados serão exibidos gratuitamente aos estudantes da rede pública e particular de ensino durante os dias de realização da Mostra e em mostras itinerantes em comunidades na Grande Florianópolis e outros municípios catarinenses.

Em 2014, por meio do Circuito Estadual de Cinema Infantil, o evento – um dos únicos no Brasil voltados à produção audiovisual com linguagem para crianças e adolescentes – atingiu cerca de 100 mil espectadores em todo o estado, com exibição de mais de 80 filmes da produção brasileira atual.

A Mostra, pioneira no país, promove o fortalecimento e a circulação do cinema brasileiro voltado às crianças e jovens e discute questões ligadas à educação, à cultura e ao audiovisual para a infância, além de promover uma ampla inclusão social. É uma realização da Lume Produções Culturais, com apoio do Núcleo de Ação Integrada e patrocinadores.

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail
ou pelo telefone (48) 3065 5058.


08 jan 2015