segunda-feira, 25 de maio de 2015

Cinema, Infância e a Docência na Educação Infantil: Poéticas e Culturas Infantis em Movimento


CINEMA, INFÂNCIA E A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POÉTICAS E CULTURAS INFANTIS EM MOVIMENTO

DIA 03/06/2015 - (Quarta-feira)
08h00 às 10h00
Centro de Eventos UFSC
Campus Trindade
Florianópolis/SC

Adriana Alves da Silva
GEPEDISC Culturas Infantis/UNICAMP

Eloisa Rocha
NUPEIN/CED/UFSC
Coordenação de mesa

Atividade na Programação do:

III Seminário Temático do Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil – NDI/CED/UFSC

Encontro do Foco Pró-Docência Formação Continuada para Profissionais em Atuação na Educação Infantil das Redes Públicas de Ensino de Santa Catarina

01 a 03 de junho/2015
Centro de Eventos
UFSC
Florianópolis/SC


Programação completa, clicando aqui.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Publicidade infantil: Direitos da criança ante o carrasco


Vídeo da audiência pública sobre o PL 5.921/2001 (publicidade infantil) na CCJC da Câmara Federal, "semi-transmitido" ao vivo em 21/05/2015

Publicidade infantil: Direitos da criança ante o carrasco

Na sessão/vídeo da audiência pública, o quadro lá no fundo da sala é bem simbólico para essa "situação" da luta pelos direitos da criança contra os abusos do "mercado" e a "autorregulação", em especial ali na Câmara Federal: Tiradentes ante o carrasco, 1941 - Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967) óleo sobre tela, 70 x 55 cm.

Morreu o Joaquim José da Silva Xavier. Os podres poderes de todos os tempos só fazem isso: matar. Então, nessa linha de podridão, é fácil acabar com os direitos da criança, liberar geral a publicidade infantil, reduzir a maioridade penal cada vez mais, mercantilizar a educação etc.

Além da transmissão ao vivo (on line) constantemente interrompida, e depois transmitida sem áudio, nem no título do vídeo a Câmara Federal "facilita" para a localização do tema em questão.

"Ou (re)inventamos, ou estamos perdidos"...

Comissão de “Constituição”, “Justiça e “Cidadania” arrastando desde 2001 um Projeto de Lei que defende os direitos da criança? Até que ponto os nobres deputados não representam mais a vontade do povo e, sim, as determinações do “mercado”?

Não é dever da Câmara Federal observar, proteger e defender a Constituição Federal?

“Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

Os “donos do mercado” invocam a “liberdade de expressão” para fazer publicidade mercadológica dirigida às crianças, de forma abusiva, como bem entendem. E defendem uma autorregulação entre as empresas e agências de publicidade, enquanto muitos casos abusivos são cometidos.

De conformidade com o artigo 227 da Constituição Federal, o “Estado” na pessoa da Câmara dos Deputados está descumprindo o seu dever. Então, cabe a outras instâncias desse “Estado” (como a Resolução 163 do CONANDA/2014) à “Família” e à “Sociedade” lutar pelos direitos desrespeitados na abusividade da propaganda mercadológica dirigida às crianças.

Essa sessão/vídeo entra para a história, e eu sugiro um título isso: Publicidade infantil: Direitos da criança ante o carrasco

Leo Nogueira Paqonawta

terça-feira, 19 de maio de 2015

I CIRANDA DO BRINCAR NO LABRINCA: Colégio de Aplicação/UFSC


Clique na imagem para ampliar

I CIRANDA DO BRINCAR NO LABRINCA

Colégio de Aplicação/UFSC
27 e 28 de maio de 2015
Florianópolis/SC

Celebrando o Dia Internacional do Brincar (UNESCO 28 MAIO)

Maiores informações: www.ca.ufsc.br

sábado, 9 de maio de 2015

La Berceuse: Augustine Roulin e uma canção de ninar


Vincent van Gogh
La Berceuse (Canção de ninar)

Madame Augustine Roulin (1851/1930),
balançando o berço com Marcelle Roulin (1888/1980)
Óleo sobre tela: 83 × 74 cm
Metropolitan Museum of Art (Met) . New York City . EUA

Veja mais em "The Roulin Family", clicando aqui.


Loa Loa
La Oreja de van Gogh

Loa, loa txuntxurrun berde.
Loa, loa masusta.

Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.

Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.

Loa, loa txuntxurrun berde
loa, loa masusta.

Dorme Dorme
La Oreja de van Gogh

Dorme Dorme

Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.

Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.

Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.

Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.


La Oreja de Van Gogh - Loa Loa
Nuestra Casa A La Izquierda Del Tiempo 2009


La Berceuse e a orelha de van Gogh
Uma noite, uma canção de ninar, uma orelha cortada

A ligação entre La Berceuse e a orelha de Vicente Van Gogh não é assim tão clara para quem não conhece detalhadamente sua biografia. Acontece que Van Gogh se automutilou enquanto trabalhava nesta tela na véspera do natal de 1888*.

La Berceuse é o retrato de Augustine Roulin – a matriarca da família Roulin, que Van Gogh outras vezes já havia pintado, além de outros membros da família. Vincent teve a ideia para o quadro quando conversava com Gauguin sobre o livro Pescador da Islândia, de Pierre Loti. Vincent queria pintar «pescadores, que são ao mesmo tempo crianças e mártires, (e) ao vê-lo do seu barco de pesca (...) sentissem que estavam a ter de novo a antiga sensação de estarem no berço e se lembrassem das suas canções de embalar».

Realmente, no quadro não há nenhum barco, mas sim uma senhora que segura nas mãos o cordão que embalava o berço de seu bebê. O próprio berço não está no quadro, e o cordão é bastante sutil para quem desconhece a mecânica para embalar um objeto que não está presente no campo da representação – assim nossa visão é também de quem está a se embalar, de pescador em mar agitado.

Explicando mais tarde para Gauguin, Van Gogh afirma que tinha certeza « de que se puséssemos essa tela tal como está num barco de pesca, mesmo na Islândia, haveria alguns pescadores que iam sentir-se dentro do berço». Também não era este conforto que Vincent procurava para ser acalmado?

O conceito que Van Gogh havia criado para La Berceuse não se resumia a isto, ele intercalou inúmeras referências da história da arte e pensamentos religiosos, buscava, até mesmo, que esta tela fosse equivalente a uma imagem do cristianismo primitivo. Contudo, o que se via realmente era um retrato de uma mulher em uma cadeira, notoriamente, um retrato com cores ousadas (de fato, esta tela causou impacto em muito dos artistas mais jovens; Matisse, Edouard Vouillard e Pierre Bonnard, mas mais sobre suas características formalistas, e não conceituais).

«Os vermelhos que avançavam para o puro laranja, de novo se afirmam nos tons de carne e vão até os crômios, passando pelos rosas e se misturando com verdes-azeitonas e malaquite».  Van Gogh havia ficado satisfeito com o resultado, mas foi essa complexa combinação de cores que o levou a procurar o olvido na embriaguez (mais o medo de que Gauguin abandonasse a casa, que algumas semanas ele havia o convidado para montar um ateliê coletivo).

Naquela fria noite em Arles, no sul da França, Van Gogh iria cometer o grande ato de loucura pelo qual ficou parcialmente conhecido: cortar uma orelha (ou apenas o lóbulo, como aponta alguns historiadores). Gauguin conta que havia sangue por toda casa, inclusive em frente a La Berceuse, o que significa que Vincent estava olhando a tela enquanto se mutilou, ou esteve lá depois de se mutilar.

Contam que na sua crise de loucura antes de cortar a orelha, Vincent Van Gogh, que normalmente não cantava, tinha cantando uma velha canção de ninar, porque imaginava «a canção que a mulher que embalava o berço cantava para adormecer os marinheiros».

A história que se segue é bastante conhecida; Van Gogh embrulha o pedaço da orelha e entrega para uma prostituta. Mas o que teria acontecido com Van Gogh para fazer algo tão invulgar e bizarro?

Sempre que questionado, Van Gogh preferia não responder sobre aquela noite. 

Juca L

Reproduzido de Expresso em Movimento
09 mai 2015

* Uma das versões do quadro. Veja mais clicando aqui.

Madame Augustine Roulin (1851/1930)


Vincent van Gogh
Marcelle Roulin

Marcelle Roulin (1888/1980)
Óleo sobre tela: 63,5 × 61 cm
Metropolitan Museum of Art (Met) . New York City . EUA


Marcelle Roulin

Veja mais sobre a Família Roulin, em Geometrie Fluide, clicando aqui e acolá.