Vídeo da audiência pública sobre o PL 5.921/2001 (publicidade
infantil) na CCJC da Câmara Federal, "semi-transmitido" ao vivo em
21/05/2015
Publicidade infantil: Direitos da
criança ante o carrasco
Na
sessão/vídeo da audiência pública, o quadro lá no fundo da sala é bem simbólico
para essa "situação" da luta pelos direitos da criança contra os
abusos do "mercado" e a "autorregulação", em especial ali
na Câmara Federal: Tiradentes ante o carrasco, 1941 - Rafael Falco (Oran, 1885-
São Paulo 1967) óleo sobre tela, 70 x 55 cm.
Morreu o
Joaquim José da Silva Xavier. Os podres poderes de todos os tempos só fazem
isso: matar. Então, nessa linha de podridão, é fácil acabar com os direitos da
criança, liberar geral a publicidade infantil, reduzir a maioridade penal cada
vez mais, mercantilizar a educação etc.
Além da
transmissão ao vivo (on line) constantemente interrompida, e depois transmitida
sem áudio, nem no título do vídeo a Câmara Federal "facilita" para a
localização do tema em questão.
"Ou
(re)inventamos, ou estamos perdidos"...
Comissão de “Constituição”,
“Justiça e “Cidadania” arrastando desde 2001 um Projeto de Lei que defende os
direitos da criança? Até que ponto os nobres deputados não representam mais a
vontade do povo e, sim, as determinações do “mercado”?
Não é dever da
Câmara Federal observar, proteger e defender a Constituição Federal?
“Art. 227 É
dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.”
Os “donos do
mercado” invocam a “liberdade de expressão” para fazer publicidade
mercadológica dirigida às crianças, de forma abusiva, como bem entendem. E
defendem uma autorregulação entre as empresas e agências de publicidade, enquanto
muitos casos abusivos são cometidos.
De conformidade
com o artigo 227 da Constituição Federal, o “Estado” na pessoa da Câmara dos Deputados
está descumprindo o seu dever. Então, cabe a outras instâncias desse “Estado”
(como a Resolução
163 do CONANDA/2014) à “Família” e à “Sociedade” lutar pelos direitos desrespeitados
na abusividade da propaganda mercadológica dirigida às crianças.
Essa
sessão/vídeo entra para a história, e eu sugiro um título isso: Publicidade
infantil: Direitos da criança ante o carrasco
Madame
Augustine Roulin (1851/1930), balançando o berço com Marcelle Roulin (1888/1980)
Óleo sobre
tela: 83 × 74 cm
Metropolitan
Museum of Art (Met) . New York City . EUA Veja mais em "The Roulin Family", clicando aqui.
Loa Loa
La
Oreja de van Gogh
Loa, loa txuntxurrun berde.
Loa, loa masusta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Loa, loa txuntxurrun berde
loa, loa masusta.
Dorme Dorme
La
Oreja de van Gogh
Dorme Dorme
Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
La Oreja de Van Gogh
- Loa Loa
Nuestra Casa A La Izquierda Del Tiempo 2009
La Berceuse e a orelha de van Gogh
Uma noite, uma canção de ninar, uma
orelha cortada
A ligação entre
La Berceuse e a orelha de Vicente Van Gogh não é assim tão clara para quem não
conhece detalhadamente sua biografia. Acontece que Van Gogh se automutilou
enquanto trabalhava nesta tela na véspera do natal de 1888*.
La Berceuse é o
retrato de Augustine Roulin – a matriarca da família Roulin, que Van Gogh
outras vezes já havia pintado, além de outros membros da família. Vincent teve
a ideia para o quadro quando conversava com Gauguin sobre o livro Pescador
da Islândia, de Pierre Loti. Vincent queria pintar «pescadores, que são ao
mesmo tempo crianças e mártires, (e) ao vê-lo do seu barco de pesca (...)
sentissem que estavam a ter de novo a antiga sensação de estarem no berço e se
lembrassem das suas canções de embalar».
Realmente, no
quadro não há nenhum barco, mas sim uma senhora que segura nas mãos o cordão
que embalava o berço de seu bebê. O próprio berço não está no quadro, e o
cordão é bastante sutil para quem desconhece a mecânica para embalar um objeto
que não está presente no campo da representação – assim nossa visão é também de
quem está a se embalar, de pescador em mar agitado.
Explicando mais
tarde para Gauguin, Van Gogh afirma que tinha certeza « de que se
puséssemos essa tela tal como está num barco de pesca, mesmo na Islândia,
haveria alguns pescadores que iam sentir-se dentro do berço». Também não era
este conforto que Vincent procurava para ser acalmado?
O conceito que
Van Gogh havia criado para La Berceuse não se resumia a isto, ele intercalou
inúmeras referências da história da arte e pensamentos religiosos, buscava, até
mesmo, que esta tela fosse equivalente a uma imagem do cristianismo primitivo.
Contudo, o que se via realmente era um retrato de uma mulher em uma cadeira,
notoriamente, um retrato com cores ousadas (de fato, esta tela causou impacto
em muito dos artistas mais jovens; Matisse, Edouard Vouillard e Pierre Bonnard,
mas mais sobre suas características formalistas, e não conceituais).
«Os vermelhos
que avançavam para o puro laranja, de novo se afirmam nos tons de carne e vão
até os crômios, passando pelos rosas e se misturando com verdes-azeitonas e
malaquite». Van Gogh havia ficado satisfeito com o resultado, mas foi
essa complexa combinação de cores que o levou a procurar o olvido na embriaguez
(mais o medo de que Gauguin abandonasse a casa, que algumas semanas ele havia o
convidado para montar um ateliê coletivo).
Naquela fria
noite em Arles, no sul da França, Van Gogh iria cometer o grande ato de loucura
pelo qual ficou parcialmente conhecido: cortar uma orelha (ou apenas o lóbulo,
como aponta alguns historiadores). Gauguin conta que havia sangue por toda
casa, inclusive em frente a La Berceuse, o que significa que Vincent estava
olhando a tela enquanto se mutilou, ou esteve lá depois de se mutilar.
Contam que na
sua crise de loucura antes de cortar a orelha, Vincent Van Gogh,
que normalmente não cantava, tinha cantando uma velha canção de
ninar, porque imaginava «a canção que a mulher que embalava o berço cantava
para adormecer os marinheiros».
A história que
se segue é bastante conhecida; Van Gogh embrulha o pedaço da orelha e entrega
para uma prostituta. Mas o que teria acontecido com Van Gogh para fazer algo
tão invulgar e bizarro?
Sempre que
questionado, Van Gogh preferia não responder sobre aquela noite.