Vincent van Gogh
La Berceuse (Canção de
ninar)
Madame
Augustine Roulin (1851/1930),
balançando o berço com Marcelle Roulin (1888/1980)
balançando o berço com Marcelle Roulin (1888/1980)
Óleo sobre
tela: 83 × 74 cm
Metropolitan
Museum of Art (Met) . New York City . EUA
Veja mais em "The Roulin Family", clicando aqui.
Veja mais em "The Roulin Family", clicando aqui.
Loa Loa
La
Oreja de van Gogh
Loa, loa txuntxurrun berde.
Loa, loa masusta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Loa, loa txuntxurrun berde
loa, loa masusta.
Loa, loa masusta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Aita guria Gasteizen da
ama mandoan hartuta.
Loa, loa txuntxurrun berde
loa, loa masusta.
Dorme Dorme
La
Oreja de van Gogh
Dorme Dorme
Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Nosso pai está em Vitória
E levou a mamãe em um burrinho.
Dorme, dorme doce menino.
Dorme, dorme, menino da mamãe.
La Oreja de Van Gogh - Loa Loa
Nuestra Casa A La Izquierda Del Tiempo 2009
La Berceuse e a orelha de van Gogh
Uma noite, uma canção de ninar, uma
orelha cortada
A ligação entre
La Berceuse e a orelha de Vicente Van Gogh não é assim tão clara para quem não
conhece detalhadamente sua biografia. Acontece que Van Gogh se automutilou
enquanto trabalhava nesta tela na véspera do natal de 1888*.
La Berceuse é o
retrato de Augustine Roulin – a matriarca da família Roulin, que Van Gogh
outras vezes já havia pintado, além de outros membros da família. Vincent teve
a ideia para o quadro quando conversava com Gauguin sobre o livro Pescador
da Islândia, de Pierre Loti. Vincent queria pintar «pescadores, que são ao
mesmo tempo crianças e mártires, (e) ao vê-lo do seu barco de pesca (...)
sentissem que estavam a ter de novo a antiga sensação de estarem no berço e se
lembrassem das suas canções de embalar».
Realmente, no
quadro não há nenhum barco, mas sim uma senhora que segura nas mãos o cordão
que embalava o berço de seu bebê. O próprio berço não está no quadro, e o
cordão é bastante sutil para quem desconhece a mecânica para embalar um objeto
que não está presente no campo da representação – assim nossa visão é também de
quem está a se embalar, de pescador em mar agitado.
Explicando mais
tarde para Gauguin, Van Gogh afirma que tinha certeza « de que se
puséssemos essa tela tal como está num barco de pesca, mesmo na Islândia,
haveria alguns pescadores que iam sentir-se dentro do berço». Também não era
este conforto que Vincent procurava para ser acalmado?
O conceito que
Van Gogh havia criado para La Berceuse não se resumia a isto, ele intercalou
inúmeras referências da história da arte e pensamentos religiosos, buscava, até
mesmo, que esta tela fosse equivalente a uma imagem do cristianismo primitivo.
Contudo, o que se via realmente era um retrato de uma mulher em uma cadeira,
notoriamente, um retrato com cores ousadas (de fato, esta tela causou impacto
em muito dos artistas mais jovens; Matisse, Edouard Vouillard e Pierre Bonnard,
mas mais sobre suas características formalistas, e não conceituais).
«Os vermelhos
que avançavam para o puro laranja, de novo se afirmam nos tons de carne e vão
até os crômios, passando pelos rosas e se misturando com verdes-azeitonas e
malaquite». Van Gogh havia ficado satisfeito com o resultado, mas foi
essa complexa combinação de cores que o levou a procurar o olvido na embriaguez
(mais o medo de que Gauguin abandonasse a casa, que algumas semanas ele havia o
convidado para montar um ateliê coletivo).
Naquela fria
noite em Arles, no sul da França, Van Gogh iria cometer o grande ato de loucura
pelo qual ficou parcialmente conhecido: cortar uma orelha (ou apenas o lóbulo,
como aponta alguns historiadores). Gauguin conta que havia sangue por toda
casa, inclusive em frente a La Berceuse, o que significa que Vincent estava
olhando a tela enquanto se mutilou, ou esteve lá depois de se mutilar.
Contam que na
sua crise de loucura antes de cortar a orelha, Vincent Van Gogh,
que normalmente não cantava, tinha cantando uma velha canção de
ninar, porque imaginava «a canção que a mulher que embalava o berço cantava
para adormecer os marinheiros».
A história que
se segue é bastante conhecida; Van Gogh embrulha o pedaço da orelha e entrega
para uma prostituta. Mas o que teria acontecido com Van Gogh para fazer algo
tão invulgar e bizarro?
Sempre que
questionado, Van Gogh preferia não responder sobre aquela noite.
Juca L
Reproduzido de Expresso
em Movimento
09 mai 2015
* Uma das versões do quadro. Veja mais clicando aqui.
Madame Augustine Roulin (1851/1930)
Vincent van Gogh
Marcelle Roulin
Marcelle Roulin (1888/1980)
Óleo sobre tela: 63,5 × 61 cm
Óleo sobre tela: 63,5 × 61 cm
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